sábado, 8 de janeiro de 2011

Vice-presidente diz que fecha com Planalto, mas propostas de R$ 560 e R$ 580 não caem



A pressão por um reajuste maior para o salário mínimo, com ganho real, já está fazendo efeito. Depois de ser repreendido pela presidenta Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, teria admitido conceder piso nacional superior aos R$ 540 (5,88%) propostos no orçamento deste ano. Há especulações de que o valor chegue a R$ 550 (7,84%).
O recuo do homem forte da Fazenda teria sido provocado por Dilma, contrariada por ele anunciar o veto dela ao piso maior que os R$ 540, caso o valor superior fosse aprovado no Congresso. A chefe não gostou. Ontem, até o vice-presidente Michel Temer teria recuado e dito que seguiria o governo. Desde a segunda-feira, a disputa política por cargos do segundo escalão envolve a decisão sobre o piso nacional, e, provocativo, Temer levantou a possibilidade de proposta maior.
Não é surpresa. O governo deu 6,41% para as aposentadorias e pensões do INSS acima do mínimo, contrariando estilo adotado desde 2003, que privilegiava o piso nacional. Estava claro que o valor seria elevado.
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vai manter sua proposta de apresentar emenda de piso de R$ 560 (9,8%): “Não tomei a decisão com base no partido. Foi uma decisão individual. É claro que iremos discutir isso durante a votação. Se ficar comprovado que não é possível pagar, eu retiro a emenda. Mas acho que se o deputado Paulinho (Paulo Pereira da Silva, do PDT de São Paulo), que é do partido do ministro do Trabalho (Carlos Lupi), ofereceu R$ 580, é porque há condições de dar mais”.
Decisão sobre o piso regional ainda não saiuRepresentantes dos trabalhadores, dos empresários e do governo do estado ainda não fecharam o índice de reajuste dos pisos regionais — que deveriam ter entrado em vigor este mês. No dia 30 de dezembro, reunião marcada para decidir o assunto não ocorreu por falta de quorum.
Segundo Indalécio Wanderley, da bancada dos trabalhadores, as negociações deverão ser retomadas na semana que vem. “Não há motivo de preocupação para os trabalhadores, porque o índice de correção será aplicado com retroatividade a janeiro”, explicou.
Pesa ainda na demora o fato de o novo secretário de Trabalho, Brizola Neto, já nomeado, ainda não ter tomado posse porque se recupera de uma cirurgia.
FORÇA PARA A EQUIPARAÇÃO Lideranças de aposentados e pensionistas do Rio se preparam para nova temporada de manifestações por reajuste digno, mas vão incluir pontos que consideram tão importantes quanto os índices de correção: a equiparação com o mínimo é um deles. Hoje, celebram missa na Igreja dos Capuchinhos, Tijuca, às 10h, para começar bem o ano.
Yedda Gaspar, presidente da Federação das Associações do Rio, diz que, este ano, os aposentados terão 6,41% contra 5,88% do mínimo. “Mas o mínimo não ficará em R$ 540. Precisamos defender o Projeto de Lei 4.434, que recupera os benefícios em mínimos. Ganho 3,3 pisos e me aposentei com 7,8. Eu deveria era receber R$ 4.212”, protesta.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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