domingo, 29 de maio de 2011

Propósito firme.Como precisamos tê-lo!





“Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti” (Is 26.3).
Às vezes me assusto com a falta de firmeza do povo de Deus. Fico perplexo com a inconstância de suas atitudes e com as repentinas mudanças em seu humor; causa-me apreensão a instabilidade de sua fé. Então me pergunto: o que está acontecendo? Até quando continuaremos a oscilar espiritual e emocionalmente, ouvindo de Deus que o nosso “amor é como a nuvem da manhã, e como o orvalho da madrugada, que cedo passa” (Os 4.4)?

Parece que estamos repetindo os mesmos erros do povo de Israel, que no deserto foi uma “geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus” (Sl 78.8). Naquela época, quando o Senhor “os fazia morrer, então o buscavam; arrependidos procuravam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, e o Deus Altíssimo o seu redentor. Lisonjeavam-no, porém de boca, e com a língua lhe mentiam.

Porque o coração deles não era firme para com ele, nem foram fiéis à sua aliança” (vs. 34-37). Em compensação, neste mesmo período, dois homens adotaram uma postura diferente. Eles tinham os mesmos motivos para pecar e murmurar como todo o povo de Israel. Mas a atitude deles contrariou a da maioria (1Co 10.5). Por isso, Deus disse: “certamente, os varões que subiram do Egito, de vinte anos para cima, não verão a terra que prometi com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó, porquanto não perseveraram em seguir-me, exceto Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, e Josué, filho de Num, porque perseveraram em seguir ao SENHOR” (Nm 32.11,12).

Ou seja, por causa da perseverança, ambos puderam entrar na terra prometida! Futuramente, em decorrência desta postura, a terra de ”Hebrom passou a ser de Calebe”, como herança, “visto que perseverara em seguir o Senhor, Deus de Israel” (Js 14.14).

Hoje consigo entender melhor porque alguns filhos de Deus são bem sucedidos, e outros, não. Ao contrário do que muitos imaginam, não é a sorte nem o meio em que vivemos que definem o nosso futuro, mas a nossa atual firmeza de propósito e confiança em Deus. Ora, Salomão escreveu que “por mais que o preguiçoso deseje alguma coisa, ele não conseguirá, mas a pessoa esforçada consegue o que deseja” (Pv 13.4, NTLH).

Muitas pessoas ficam se lamentando pelo passado enquanto o presente e o futuro escapam de suas mãos. Conforme o profeta Isaías, o Senhor promete manter em perfeita paz aquele cujo propósito é firme! Quantas pessoas hoje são deficientes em suas vidas simplesmente porque não perseveram na vontade de Deus.

Arquitetam projetos, mas diante do primeiro desafio, abortam a sua execução; iniciam planos, mas vão desanimando no decorrer de sua concretização; começam a fazer coisas sem ir até o seu final, desperdiçando, assim, tempo e recursos. Depois, justificam: “não era da vontade de Deus!” Será mesmo?

No livro de Tiago, está registrado que “aquele que considera atentamente na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (Tg 1.25). Que promessa! Se formos perseverantes na palavra de Deus, seremos bem-aventurados naquilo que realizarmos, não importando o que possa vir a ser. Ora, no livro de Provérbios encontramos que “a perseverança pode vencer qualquer dificuldade” (25.15, NTLH).


Se observarmos a vida do apóstolo Paulo, que para nós todos é um exemplo de liderança e sucesso – basta ver o que Deus fez em termos de evangelização e edificação da igreja somente através dele -, concluiremos que um ingrediente especial em sua carreira foi a firmeza de espírito.

Ele escreveu: “não desanimamos: pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo o nosso homem interior se renova de dia em dia” (2Co 4.16). Além dele, Jesus, mais do que uma vez, disse aos seus discípulos que eles seriam odiados de todos: porém, quem “perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mt 10.22 e 24.13). O escritor de Hebreus, por fim, também advertiu: “tendes necessidade de perseverança, para que havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque ainda dentro de pouco tempo aquele que vem virá, e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé, e: se retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma” (10.36-39).


A perseverança é necessária justamente quando tudo parece estar contra nós. Salomão ensinou: “não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, no temor do Senhor perseverarás todo dia” (Pv 23.17). Já o salmista declarou, com toda a segurança, que o homem que teme ao Senhor “não se atemoriza de más notícias; o seu coração é firme, confiante no SENHOR. O seu coração, bem firmado, não teme, até ver cumprido, nos seus adversários, o seu desejo” (Sl 112.7,8). Se perseverarmos – ainda que isso leve um bom tempo -, é certo que a vitória chegará! Portanto, oremos como Davi: “ó Deus, cria em mim um coração puro e dá-me uma vontade nova e firme” (Sl 51.1, NTLH).

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